À PROCURA DO AMADO

À Procura do Amado

Deitei-me para dormir,
Após um dia de grandes emoções.
Tristezas, decepções, angustias e desilusões.
Mas tudo isto era mesclado por reflexos
De alegria e agradecimento a Deus
Pelos 57 anos de vida que estava a completar.
O meu coração estava apertado
Pois algo estava a me faltar.
Vasculhei meu interior, e busquei lá no fundo do coração
A razão de minha tristeza, dor e decepção.
Percebi os rastos de alguém que fugia
Saindo sem olhar para trás
Sem me dá uma palavra de adeus,
E nem um gesto de carinho pra me acalmar
E sem manifestar qualquer tristeza ou arrependimento.
Minhas lágrimas rolavam pelo meu rosto
Meu peito doía e minha alma gemia,
Parecendo sangrar com a falta que ele me fazia.
Meu corpo na cama, mas minhalma percorria
As ruas da cidade à procura do amado.
Indaguei angustiante:
Ó filhas de Ig. Grande, dizei-me onde está o meu amado!!
Mas cabisbaixas foram saindo uma a uma
Sem nada me responder...
Continuei a minha procura
Passando pelos lugares que eu imaginava
Que o podia encontrar...
Igrejas, praças, restaurantes, panificadoras
E até na casa dos amigos e parentes
Não deixei de procurar.
Já cansada do meu devaneio,
Retornei para casa e adentrei no meu quarto solitário
E tentei o sono reconciliar.
Daí elevei os meus pensamentos ao Pai das Misericórdias,
Suplicando a ele o alivio para a minha dor.
Senti uma brisa suave adentrar nos meus aposentos
E soprar suavemente sobre mim.
Meu coração foi acalmando
A minha alma parecia estar sendo aconchegada
No peito de um Amigo que me compreendia e
E me afagava suavemente e com palavras doces
Começou a me falar:
Filha querida, eu vejo a tua dor.
Conheço o pesar do teu coração, mas isto vai passar.
Tenho para ti, algo muito melhor,
Coisas mais excelentes e que para ti
Não trará nenhuma dor.
Aos poucos fui adormecendo
E logo um sono profundo chegou,
Então descobri que meu Amado
Não seria encontrado pelas ruas da cidade
Pois ele sempre ali estava e do meu
Coração nunca sairá.

Aldenora O. de Carvalho
24.02.2011